Operação Bandeirantes OBAN

por Roméro da Costa Machado, escritor.

Dando seqüência ao artigo de 28 de junho de 1993, publicado na Tribuna de Imprensa, hoje vamos resumir um dos escândalos mais repulsivos da próspera associação criminosa da Rede Globo com a ditadura militar iniciada em 64, que é a chamada Operação Bandeirantes ou OBAN.
Durante toda a sua existência, a Globo jamais denunciou, jamais reportou jornalisticamente ou jamais fez citação aos crimes relativos às torturas e mortes ocorridas nos porões da ditadura militar. Ao contrário, em benefício da sua prosperidade financeira, sempre silenciou, sempre se acumpliciou com os crimes da ditadura militar e sempre iludiu e enganou o povo fabricando verdades aos interesses e sabor dos militares que queriam se perpetuar no poder.
Um dos mais nauseabundos casos foi a chamada Operação Bandeirantes (OBAN), onde as pessoas eram torturadas até confessarem o que sequer sabiam, e depois, sem ter mais qualquer valia ou serventia, eram levadas de avião, e jogadas em alto mar, com a barriga aberta a sangue frio, de modo a não boiarem e afundarem rapidamente, para jamais serem encontradas por seus amigos e parentes. (São os incontáveis "desaparecidos" da ditadura militar)
Não bastasse a crueldade da tortura e morte... Como a Globo retratava jornalisticamente estes fatos de tortura e morte?
Falseava, mentia, iludia o povo. Inventava mil histórias mentirosas, fabricava mil "verdades", apresentando os militares como sendo brasileiros honrados e democratas, incapazes de qualquer ato antipatriótico, simplesmente reagindo aos perigosos, cruéis e sanguinários subversivos. Enquanto, neste meio tempo, o povo era torturado, morto, quando não apresentado em cadeia nacional pela TV Globo como sendo um perigoso "terrorista" de ima ridículo ideologia estranha (não-americana).
As cenas de televisão apresentadas pela Globo eram terríveis, como num filme de terror ou num dos cruéis e extremamente verdadeiros e realista filmes de Costa Gravas, pois além da Globo não relatar o que acontecia, ainda torcia e destorcia a história completamente. Era comum a Globo apresentar, em horário nobre, um pobre coitado, visivelmente "preparado" após uma extenuante tortura, confessar, vergonhosamente, que estava arrependido dos crimes que "eles" (os militares) inventavam para serem confessados pelos torturados.
Mas o mais nojento e repulsivo era como a Globo fabricava a verdade com detalhes. Pois paralelamente às "confissões" apresentadas em horário nobre, ainda justificava claros e evidentes assassinatos por tortura, como os de Vladimir Herzog, Rubens Paiva, Fiel Filho, Stuart Angel, e outros, como tendo sido suicídio, morte natural, desaparecimento e etc, sempre amparado por laudos médicos de legistas do terror, como Dr. Harry Shibata e outros menos badalados, que davam um cunho profissional de aparente seriedade a todos os "acidentes", "suicídios" e "desaparecimentos", jamais tratados como assassinatos por tortura e, cuja verdade como notícia a Globo tratava de fabricar.
Hoje, é repugnante, vomitável, ter que assistir a Globo apresentando-se como uma empresa séria, sem máculas e vínculos com a criminalidade e com o obscurantismo, como se fosse um exemplo de jornalismo sério. Quem não a conhece que a compre.
O jornalismo da Globo sempre foi sujo, mentiroso, criminoso, lacaio, servil. Um balcão de negócios. Razão pela qual o povo cunhou - com muita propriedade - um slogan irrefutável: "O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo". E isso não nasceu no seio do povo por acaso.

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